Eu sinceramente não sei o que as pessoas pensam sobre universitários. Também não sei o que a maioria das pessoas pensam sobre os livros. Mas percebi que os universitários não acreditam que as pessoas possam ler algo só pelo simples prazer. Isso me deixou triste.
Eu estava hoje na faculdade, no meu horário de almoço, aguardando o início da aula e me deliciando com trechos do livro Orgulho e Preconceito da Jane Austen. As pessoas passavam por mim como se eu fosse mais um nerd qualquer que lê todos os livros daquela bibliografia de 597 volumes que o seu professor passou achando que você só tem a matéria dele. Não é bem assim. Eu gosto de ler os livros da bibliografia, mas na maioria das vezes me mantenho tão ocupada entre seminários, relatórios, provas e aulas, que não consigo chegar a ler dois livros sobre nenhum assunto.
Sendo assim, sentei-me em um dos cantinhos próprios para a leitura bem ao lado da porta da sala onde seria a aula e me atirei nas frases mais românticas do início do século XIX. Mal estava no começo da carta do Mr. Darcy para Miss Bennet quando me senta uma pessoa ao meu lado e pede que pare de ser "nerd".
A que ponto nosso Brasil chegou, eu me pergunto. Desde quando um universitário deve ser condenado a nerd pelo simples fato de estar lendo? E o pior... qual não foi a minha surpresa ao saber que esse indivíduo conhecia o livro. E tinha visto o filme. Agora me digam, caros leitores, é impressão minha, ou eu fui condenada por um espírito afim, um amigo de leituras?
Peço ao santo padroeiro dos leitores, que me perdoe invocar seu nome em vão, mas abra os olhos dessa criança nonsense e ilumine seus pensamentos preconceituosos. O livro é meu! Os neurônios são meus! A vida é minha! Nada mais interessa. Deixe-me ler em paz!!!
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